sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Construção do Conhecimento e as Tecnologias na Educação

Os novos paradigmas educacionais exigem do educador uma nova postura, e da escola um novo perfil, que rompa com as grades do currículo, respeite as diferentes habilidades e competências e provoque no educador uma nova visão de mundo numa perspectiva global, onde as novas propostas pedagógicas favoreçam a reflexão e a utilização das novas tecnologias como instrumentos didáticos e metodológicos em que o educando seja o sujeito da aprendizagem e da construção do seu conhecimento e o educador seja o mediador desse conhecimento.

A revista Nova Escola em março de 1995, uma pesquisa sobre as grandes e pequenas dúvidas a respeito do construtivismo, com especialistas renomadas tais como Esther Grossi, Maria da Graças Bregunci, Marilia Duran, Solange Jobin e Souza e Sônia Barreira, serviu de base para a compreensão da utilização da pedagogia construtivista nos trabalhos de sala de aula com a utilização de projetos.
Segundo o artigo: A pedagogia construtivista propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. Rejeita a apresentação de conhecimentos prontos ao estudante, como um prato feito, e utiliza de modo inovador técnicas tradicionais como a memorização, por exemplo. Daí o termo “construtivismo”, pelo qual se procura indicar que uma pessoa aprende melhor quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire. O construtivismo enfatiza a importância do erro, não como um tropeço, mas como um trampolim, na rota da aprendizagem. O construtivismo condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho no universo pessoal do aluno.
Essas práticas deverão ter base nos estudos do Psicólogo Jean Piaget (1896-1980), a maior autoridade do século XX, sobre o processo de funcionamento da inteligência e de aquisição do conhecimento. Piaget demonstrou que a criança raciocina segundo estruturas lógicas próprias, que evoluem conforme faixas etárias definidas, e são diferentes da lógica madura do adulto.O construtivismo procura desenvolver práticas pedagógicas sob medida para cada degrau de amadurecimento intelectual da criança.
EMÍLIA FERREIRO, (1995) ) in ALMEIDA (2000), partindo da teoria do seu mestre Piaget, pesquisou a fundo e especificamente o processo intelectual pelo qual as crianças aprendem a ler e escrever, e batizou sua teoria de construtivismo, no início esse nome era aplicado só a teoria de Emília, com o tempo passaram a ser chamadas de construtivismo as novas propostas pedagógicas em sua teoria e na teoria de Piagt e até mesmo a pedagogias compatíveis como a do educador soviético Lev Vigotsky.
Segundo ALMEIDA (2000): A teoria de Vigotsky tem como perspectiva o homem como sujeito total enquanto mente e corpo, organismo biológico e social, integrado em um processo histórico.
A autora citada salienta que o sujeito inserido em um certo contexto, político e social realiza reflexões sobre sua ação, ou seja, o sujeito apropria-se de sua ação, analisa-a, retira os elementos de seu interesse e a reconstrói em um outro patamar. PAULO FREIRE (1979), in ALMEIDA (2000), faz uma reflexão sobre a educação e defende uma pedagogia que “deve deixar espaço para o aluno construir o seu próprio conhecimento, sem se preocupar em repassar os conceitos prontos, o que freqüentemente ocorre na prática tradicional, que faz do aluno um ser passivo, em quem se ‘depositam”os conhecimentos para criar um banco de respostas em sua mente’. Ainda em Freire ‘o homem deve ser sujeito de sua própria educação e não pode ser objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém’
Os novos paradigmas educacionais exigem do educador uma nova postura, uma nova maneira de pensar a prática pedagógica, uma nova maneira de resolver os velhos problemas. Para isso, é preciso investir na sua formação inicial e continuada e encontrar meios de eliminar as concepções arcaicas, conservadoras do professor centralizador, como figura principal do processo da construção do conhecimento científico.
As novas tecnologias na utilização de projetos é mais um instrumento interativo que pode favorecer a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade no uso de programas específicos, Internet e enciclopédias jogos interativos uso dos audiovisuais...
O modo como aprendemos a desenvolver conhecimentos e a registrá-los para que possam ser compartilhados com outras pessoas é parte do método científico. É importante ver a ciência como um constructo humano que, para construir conhecimento válido, precisa olhar a natureza como um todo, conforme Almeida (1999) nada mais razoável que a busca de uma visão de conjunto capaz se integrar as diversas dimensões disciplinares e transdisciplinares.o conceito moderno de trabalho não aceita o isolamento para a produção do conhecimento. O conhecimento é um ato produzido socialmente. Assim, o educador deverá caminhar para a compreensão de uma realidade, multicultural, uma visão global de mundo.

Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Fernando José de -Aprendendo com projetos: Coleção Informática para mudanças na educação.MEC/SEED/ Proinfo, Brasília, 1999
ALMEIDA, Maria Elizabeth de- A informática e formação de professores vols .1 e 2 ME/SEED,Brasília 2000.
NOVA ESCOLA- março de 1995
FREIRE,Paulo, Pedagogia da autonomia, saberes necessários à pratica educativa, SP Paz e Terra, 1997.
Postado no curso de especialização da PUC-RIO-10/2009

transdisciplinaridade

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